Fapeal realiza seminário para avaliar impacto do Pibic Jr na educação de Alagoas

Seduc e Fapeal impulsionam a formação de jovens pesquisadores apoiando 99 projetos de iniciação científica

Por Tárcila Cabral / Ascom Fapeal

28/03/2024 -

14:13h

Thiago Ataíde / Ascom Fapeal

A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal) promoveu nesta terça (26) o Seminário Parcial de Acompanhamento e Avaliação do Projeto de Iniciação Científica Júnior (Pibic Jr). O intuito desta edição, lançada em 2023, é apoiar a multiplicidade de ensinos aos alunos do ensino médio da rede pública estadual e do Instituto Federal de Alagoas (Ifal).

Neste edital, estão vigentes 99 projetos, que foram divididos em quatro áreas temáticas, sendo as três primeiras de iniciações voltadas à ciência e à tecnologia, à inovação e ao empreendedorismo, e as artes, cultura popular e economia criativa, e o último enquadramento referente às olimpíadas do conhecimento.

“Ao analisar os projetos, vejo que é muito interessante esta ligação, e a importância dessas temáticas serem vivenciadas na escola. Quanto aos relatórios, observo que os dados ainda são muito sucintos, não tem grande detalhamento, mas numa leitura geral dá para avaliar que as ações estão sendo cumpridas. Alguns grupos até envolvem os bolsistas na construção destes relatórios e vejo que é ideal para incluí-los na discussão”, citou a avaliadora externa Regina Célia.

Um dos projetos analisados nesta etapa, após de seis meses de operação, foi o de João Victor Santos, que tem como temática os hábitos e práticas de leituras em Major Isidoro. O professor abordou que o processo literário que ocorre na cidade é uma exceção, pois poucos estudantes o realizam.

“O projeto surgiu ao analisar que pouquíssimos alunos têm contato com práticas de leitura na sociedade, ou seja, a abordagem reflexiva tem pouco uso em suas práticas sociais, pois infelizmente os alunos se tornaram mais mecanicistas. Então, nosso estudo tem partido de encontros de rodas de leitura sobre textos fundamentais em relação ao ensino e ao incentivo desta ação para os alunos. A gente buscou, primeiro, estabelecer um norte sobre qual a importância da ciência para a sociedade brasileira e mundial de modo geral, depois falamos sobre a ética de pesquisa e aí entramos no eixo educação, e passamos a pensar a nossa própria realidade”, frisou o professor.

Para Wendy Barros, a pesquisa conquistou um patamar ainda mais especial, pois se tornou o objeto do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de sua Especialização em Práticas Culturais Populares, realizada na Universidade Federal de Alagoas (Ufal). Seu projeto reúne uma combinação de aprendizados sobrepostos na cultura criativa e na produção do bordado filé.

“Eu pude notar que o ensino do filé gerou um processo de pertencimento dentro do próprio município, as bolsistas não tinham essa noção e agora entendem o valor das peças produzidas por elas. Há um sentimento até dos próprios curiosos do Ifal pararem e questionarem sobre o tipo do produto, se o projeto terá continuidade e o que mais vem por aí com o nosso bordado. Não é só pelo valor da peça, porque iniciamos com a parte teórica acerca do que é Economia Criativa e o que ela pode fortalecer, mas também fomos migrando para os ensinamentos de produção”, explicou a artista.

Demonstrando a pluralidade dos estudos desenvolvidos, foi possível contemplar igualmente dois projetos de Língua Inglesa, sendo desenvolvidos nas regiões do sertão e agreste alagoanos – um baseado nos estrangeirismos que dão nome aos empreendimentos, e outro focado no acesso a aprendizagem do idioma.

“Nós investigamos como está ocorrendo este ensino da Língua Inglesa na escola, estamos desenvolvendo leituras teóricas e discutindo sobre os mitos e as crenças nesse processo de aprendizagem, pois apesar de existir o espaço da sala de aula, eles não enxergam a escola pública como um local onde eles irão aprender inglês. A segunda parte da pesquisa ocorreu com uma observação de sala de aula, para os alunos avaliarem cinco turmas e assim eles me passavam relatos de desempenho para entendermos como se dá o desenvolvimento de proficiências”, frisou o professor Ritaciro Silva.

Com o término das avaliações, a Fapeal espera observar os objetivos e perspectivas propostas pelas pesquisas, em junho deste ano, quando competências e habilidades terão sido oportunizadas, graças aos 99 projetos científicos desenvolvidos no Ensino Médio (primeiros e segundos anos) da rede pública estadual e Institutos Federais de Alagoas.

O Pibic Jr. é uma parceria da Secretaria de Estado da Educação (Seduc) com a Fapeal.